Patrician

PATRICIAN (2007) Michael Schacht | Amigo Spiele e Mayfair Games | 2 a 5 jogadores | +- 30 minutos |

Schacht nunca me convenceu, os seus desenhos sempre me pareceram um pouco caóticos e abstractos e apenas consegui apreciar o rápido COLORETTO e um curioso HANSA. Por isso, sempre que há minha frente encontro uma caixa de jogo por si desenhada acabo inevitavelmente por torcer o nariz. E PATRICIAN não fugiu à regra. A primeira vez que li sobre este jogo, quase nem lhe liguei, mas aos poucos os comentários positivos que tem colhido acabaram por me convencer a dar-lhe uma segunda oportunidade e assim, li as regras.

Basicamente, PATRICIAN é um area control muito simples e básico. Tão simples e básico que irrita. E irrita porque é bom e por ser tão simples e básico. Cada jogador tem 3 cartas na mão e um conjunto de peças de madeira que encaixam perfeitamente umas em cima das outras e que representam pisos de uma torre. No tabuleiro encontramos abstractamente representadas 9 ou 10 cidades italianas, cada uma delas com espaço para a construção de apenas duas torres. Estas cidades têm um limite máximo de pisos permitidos, que pode ser de 5, 7 ou 9. Ou seja, numa cidade cujo limite é 5, só podem existir duas torres de 3 e 2 pisos respectivamente, ou de 4 e 1 pisos.

As cidades estão identificadas por cores distintas tal como as cartas dos jogadores e um uso astuto destas permite colocar 1 ou 2 pisos nas cidades e com isso ir ganhando influência e maiorias e refrescar a mão com novas cartas. Em cada cidade existem bónus maiores para as torres maiores e quem contribuir com mais pisos para a torre mais alta leva o respectivo bónus. As cartas jogadas podem ou não ter uma imagem de três possíveis figuras da época e que dão pontos extra no fim do jogo se um jogador tiver usado 3 ou múltiplos de 3 destas figuras. Um pormenor curioso, que torna mais complexa a decisão da escolha de cartas a jogar. No fim é só somar pontos e ganha quem tiver mais, claro!

E tudo isto demora 30 minutos ou pouco mais. O jogo é sobretudo um jogo táctico, um jogo de aproveitar oportunidades, mas que deixa espaço para alguma estratégia sobretudo mais para o fim do jogo. É divertido, é estimulante e sobretudo é rápido. Claro que a sorte das cartas é importante, mas não determinante. Eu diria que em PATRICIAN, a sorte das cartas faz parte do universo de caos que Schacht costuma construir em torno dos seus jogos, é a sua marca pessoal.

Claro que neste jogo não há tema, o que aliás também é habitual na sua obra, mas mesmo assim eu gosto muito deste jogo. O jogo pelo jogo vale um 7, mas na categoria dos fillers rápidos e inteligentes, vale um 8 ou mais. Para mim é o meia-leca do ano. Bem produzido e sobretudo bem simples é um jogo que vai andar sempre na caixa de jogos que trago na bagageira do carro e que me acompanha para todo o lado.

NOTA FINAL: 7

Costa